História, Localização e Como chegar

O Bairro da Liberdade fica na região central da cidade de São Paulo, capital do Estado. Para chegar até lá o meio de transporte mais comum, de menor custo e de fácil acesso é o Metrô, sendo possível descer na praça central da Liberdade, onde existe uma estação da linha Azul, a principal da cidade.

Atraindo diversos turistas do mundo inteiro, a região é conhecida por abrigar a maior comunidade japonesa do mundo fora do Japão. Entretanto, o que pouca gente sabe é que a região antes era habitada pela comunidade negra e que, ao longo das últimas décadas, parte desta memória foi ocultada.

No ano de 2018, um empresário chinês demoliu um antigo sobrado de sua propriedade, situado em frente à Rua Galvão Bueno. Entretanto, a demolição e o processo de fundação de um novo edifício no terreno colocaram em risco de desabamento a Capela de Nossa Senhora dos Aflitos, uma das construções mais importantes para a preservação da história do bairro. Além disso, no terreno demolido foram encontradas ossadas de nove pessoas, pois a população negra se encontrava nas fontes públicas, nos chafarizes, nas margens dos rios e nas pontes, lavando roupa e apanhando água para abastecer as casas, ocupando os arredores dos sobrados das elites.

Além disso, o Cemitério dos Aflitos, construído entre 1774 e 1775, é outro importante ponto para entender a história da região. Situado entre a Rua dos Estudantes, a Rua Galvão Bueno, a Rua da Glória e a Radial Leste, o local a céu aberto era reservado ao sepultamento de escravizados, indígenas, e de condenados à morte na forca. Com a inauguração do Cemitério da Consolação, em 1858, o espaço parou de ser utilizado. Dessa forma, somente a Capela de Nossa Senhora dos Aflitos ainda está preservada.

Outros locais do bairro, como a Paróquia Pessoal Nipo-brasileira São Gonçalo, por exemplo, também reúnem pontos importantes da história da região. O local foi construído pela Irmandade de Nossa Senhora da Conceição e São Gonçalo Garcia, composta por homens negros e pardos, por volta de 1756. Segundo Ferreira, São Gonçalo Garcia era muito cultuado pela população negra. O santo era filho de uma nativa com um português e morreu no Japão durante uma viagem de evangelização.

Com a extinção da irmandade, em 1893, a igreja foi entregue aos jesuítas e passou por uma série de modificações. Foi somente por volta de 1966, com o crescimento da comunidade japonesa na região, que surgiu a Matriz Paroquial Pessoal Nipo-Brasileira de São Gonçalo, destinada aos descendentes de imigrantes japoneses.

Imagem do bairro em 1937 (TAKESHITA, 1938) Fonte:http://www.discovernikkei.org/

Referência bibliográfica:

https://casavogue.globo.com/Arquitetura/Cidade/noticia/2020/10/liberdade-historia-por-tras-do-bairro-turistico-de-sao-paulo.html

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